Conheça mais sobre o universo da duplicata mercantil e sua relevância nas finanças do negócio. Descubra como ela se tornou uma forma eficaz de antecipação de recebíveis, beneficiando a otimização do fluxo de caixa e destacando-se como uma ferramenta estratégica de gestão. Este artigo explora o significado da duplicata mercantil, suas funções essenciais, e esclarece a diferença entre duplicata de serviço e virtual.
O Que é Uma Duplicata Mercantil?
A duplicata mercantil é um título de crédito essencial no cenário corporativo brasileiro. Trata-se de um documento comercial regulamentado pela Lei n⁰ 5.474/68. Originada antes mesmo do Código Comercial de 1850, a duplicata mercantil documenta o direito creditório do vendedor referente a mercadorias vendidas a prazo, ou seja, é um título causal, emitido em contratos de compra e venda mercantil a prazo, representando o compromisso do comprador em pagar a fatura dentro do prazo pré-estabelecido.
O Artigo 1 da Lei 5.474/68 afirma: “Em todo contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data de entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrair a respectiva fatura para apresentação ao comprador.”
O artigo 129 do Código Comercial citado já previa que, em vendas por atacado, o vendedor deveria extrair, em duas vias de igual teor, uma relação de mercadorias vendidas. Esse documento recebia a assinatura do comprador e cada uma das vias ficava de posse das partes contratantes.
Quando e Como Emitir Uma Duplicata Mercantil?
A duplicata mercantil é um título causal, ou seja, a sua emissão acontece mediante a uma transação comercial efetiva, como a venda de um produto ou a prestação de um serviço.
Para emissão de uma duplicata, é obrigatório o cumprimento dos requisitos extraídos do art. 2o e 3o da Lei 5.474/68. São eles:
- denominação “duplicata”, a data de sua emissão e o número de ordem;
- número da fatura;
- data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
- nome e domicílio do vendedor e do comprador;
- importância a pagar, em algarismos e por extenso;
- a praça de pagamento;
- a cláusula à ordem;
- declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial e;
- assinatura do emitente.
A inobservância do preenchimento dessas informações de forma correta pode ocasionar a dispensa da obrigatoriedade de pagamento do título por parte do devedor.
A duplicata física caiu em desuso nos últimos anos, sendo praticamente extinta nos dias atuais e substituída pelo boleto bancário, uma vez que a emissão da nota fiscal é feita por meios eletrônicos e somente a comprovação de recebimento é suficiente para o aceite do documento.
Como Funciona a Duplicata Mercantil?
A duplicata mercantil é um título que, ao contrário da nota promissória, permanece em poder do vendedor após o pagamento. Ela é emitida em vendas à vista ou parceladas, podendo ser única ou em série, sendo cada uma representando uma prestação e, ao invés do sacado recebê-las, o credor passou a informar os bancos sobre os títulos a vencer.
Esses títulos dispõem de todas as informações necessárias, tais como endereço do devedor, valor do crédito e a data de vencimento, sendo posteriormente emitido um instrumento de pagamento também conhecido por boleto bancário.
Obrigatoriamente, a nota fiscal de venda deve ser emitida pelo vendedor do produto ou serviço, podendo a duplicata ser anulada na ausência desse documento, lembrando que um dos requisitos para emissão desse título é justamente o número da fatura que representa a negociação comercial.
Outra obrigatoriedade para o vendedor é que este mantenha o Livro de Registro de Duplicatas em sua contabilidade. A ausência desse documento pode acarretar complicações pela falta de evidências para comprovação da existência de uma transação comercial.
Quem é Sacado, Quem é Sacador?
É comum que os termos Sacado, Sacador e Avalista estejam diretamente relacionados ao assunto duplicata mercantil. Esses são os personagens principais da transação envolvendo a emissão desse tipo de documento. Ocasionalmente, essas figuras podem ser denominadas como endossante, endossatário e avalista, em casos de endosso do documento, ou seja, quando o emissor do título (endossante) cede o direito creditório a um terceiro (endossatário), podendo este ser uma instituição financeira, por exemplo.
O sacador é a parte responsável pela venda do produto ou serviço. O sacado é a parte contrária, ou seja, compradora desses itens, para quem a nota fiscal é emitida. Já o avalista é a parte que garantirá que o pagamento da duplicata seja efetuado, oferecendo recursos próprios para tanto, caso essa modalidade seja acordada no ato da transação comercial.
O Que Acontece em Caso de Inadimplência?
Após emitida a fatura e, consequentemente a duplicata, caso o comprador não efetue a liquidação do título em até 30 (trinta) dias após o vencimento, o vendedor reserva-se no direito de protestá-la em cartório, o que gera instantaneamente uma intimação para que o devedor pague a sua dívida, lembrando que a duplicata só pode ser protestada uma única vez.
Caso o devedor não cumpra o prazo de pagamento cedido pelo cartório de protestos, o vendedor poderá ingressar com uma ação judicial para cobrança da dívida, acarretando ao devedor o prejuízo de multas, juros e custas processuais e de protesto.
Para que seja possível a execução de uma duplicata que não têm o aceite expresso, deve-se observar os seguintes requisitos:
- o título deverá ter sido protestado no cartório de protestos;
- deverá estar acompanhado de documento que comprove a entrega e recebimento da mercadoria;
- que não tenha havido a recusa do aceite do documento mediante a condições apresentadas em “Quando uma Duplicata Mercantil Pode ser Recusada” neste artigo.
Evite Erros na Emissão da Duplicata Mercantil
Erros na emissão da duplicata podem invalidar o documento, causando prejuízos para o emitente, portanto, observe o cumprimento dos requisitos obrigatórios já citados anteriormente. Esses erros que são comumente observados na transação com duplicatas são, geralmente, ocasionados por desconhecimento ou inobservância de questões como:
- entrega da mercadoria sem o devido comprovante de recebimento por parte do comprador;
- execução da duplicata sem a ocorrência de protesto anteriormente;
- o descumprimento de prazo de prescrição para a execução;
- não atendimento de requisitos da validade do título.
Quando uma Duplicata Mercantil Pode Ser Recusada?
A recusa no recebimento de uma duplicata mercantil pode ocorrer por parte do sacado somente mediante:
- não recebimento das mercadorias ou não conclusão dos serviços;
- avaria na mercadoria recebida;
- defeito nas mercadorias ou qualidade inferior dos produtos recebidos, mediante comprovação;
- quantidade de produtos entregues diferentes da comprada;
- diferença nos valores sem prévio aviso;
- divergência dos prazos acordados.
Utilidades da Duplicata Mercantil
Por ser um documento que comprova a existência de um crédito, a duplicata mercantil pode ser negociada com agentes financeiros para a obtenção de crédito por parte do sacador. É comum que empresários utilizem desse recurso para obterem capital de giro, ou ainda, a prática de fomento mercantil, sendo permitido pelo prazo de pagamento futuro que esses títulos para pagamento oferecem.
Como Antecipar o Recebimento de Uma Duplicata Mercantil?
A Antecipa Fácil oferece a solução para a antecipação de recebíveis, permitindo que as empresas fortaleçam o seu fluxo de caixa. Com um único cadastro, a plataforma viabiliza a negociação de seus títulos, proporcionando o acesso rápido e seguro a crédito de forma 100% online.
A duplicata mercantil é um instrumento fundamental nas transações comerciais, proporcionando segurança nas operações e na estrutura de crédito. Compreender como esse documento funciona e contar com parceiros como a Antecipa Fácil para antecipar seus recebíveis é essencial para empresas que buscam soluções financeiras.
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